terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Recursos Didáticos

Para ministrar uma aula, independente de quem seja o público, o professor deve estar bem preparado em relação aos conteúdos progamáticos e munidos de recursos que transforme sua aula expositiva em uma aula “mágica”. Desenvolver recursos didáticos, bem como a transposição didática, é fundamental para o processo de ensino e aprendizagem.
Existem diversos recursos a serem utilizados em sala, e estes se dividem em duas classes, primeiro, os pessoais, que envolvem habilidades, conhecimentos experiência, e segundo as ferramentas, como de simulação, comunicação e entre outras.

Figura1. Material didático utilizado para o ensino e aprendizagem. Fonte
Dentro das ferramentas, o material didático pode ser de comunicação, com modelos físicos para leitura ou demonstração ou ainda digital como os slides. De construção que envolve a resolução de exercícios e problemas, de simulação no qual um modelo físico, digital, analogias ou simulações fazem parte da experimentação, e por fim podem ser mistos, como uma atividade lúdica que envolve interação, comunicação e simulação.
Há algumas recomendações para a montagem de recursos didáticos, podemos citar a clareza, a linguagem, estrutura conceitual e estrutura de manipulação, estes itens têm de estar de acordo com o objetivo da aula e da atividade proposta pelo professor.

A dinâmica da sala de aula










Figura1. Amizade é o começo para o bom relacionamento em sala de aula. Fonte.
O ambiente escolar é um lugar muito imprevisível, pois dentro de cada sala de aula existem pessoas diferentes, com ideias e ideais distintos, onde cada uma possui uma vida dentro da sua realidade social, cultural e econômica.


Um grande desafio a ser vencido todos os anos é dentro da sala de aula, e uma peça nesse jogo é o professor. O professor como pessoa tem sentimentos como qualquer um, e é capaz de se relacionar com os outros.

A gestão da sala de aula é intimamente ligada à três pontos. Primeiro, o relacionamento interpessoal, se o professor é bem recebido pelos alunos o desenvolvimento das atividades propostas para a sala de aula é melhor, e deixa de ser algo ‘’obrigatório’’ e passa a ser algo prazeroso.

O clima dentro da sala de aula que envolve o respeito e disciplina é fundamental para uma atividade organizada e coletiva. O professor como mestre da turma tem grande importância para criar e manter esse ambiente dentro de sala.
E por ultimo, mas não menos importante, é o trabalho com o conhecimento. O professor deve valorizar os conhecimentos prévios dos alunos para a partir daí traçar uma meta dando ênfase aos pontos a serem trabalhados.

Figura2. Aprender a organizar os pensamentos é fundamental para prosseguir. Fonte
O professor deve induzir o interesse dos alunos, o querer, o mobilizar e participar da construção do conhecimento envolvendo a problematização, organizando as ideias para sair da síncrese para a síntese, onde os fatos fazem sentido e tem significado. Deste modo o professor deixa de ser um instrucionista que transmite informações, e passa a ser um mediador que atua ativamente na construção do conhecimento.

Um professor competente conduz os alunos a serem competentes, onde estes são capazes de se expressar em diferentes linguagens, compreender o outro, argumentar a partir das análises de circunstancias e tomar decisões.

A competência em si é a capacidade de se mobilizar o que se sabe em um determinado contexto pra se realizar aquilo que se projeta.

Um professor competente é aquele que consegue criar conflitos no âmbito escolar por meio da problematização, sendo este um mediador, consegue fazer o levantamento do que é relevante ou não para a aula articulando o conhecimento escolar com o mundo ‘’exterior’’, transmitindo de forma fácil, apenas contando histórias, que no final têm significado e sentido, e isso tudo dentro de um ambiente onde o respeito, a responsabilidade e a iniciativa participam da realização destas metas estabelecidas.

É importante lembrar que pessoas são competentes e habilidosas. Logo trabalha-se com pessoas e não com maquinas, sendo o livro didático apenas uma ferramenta complementar para auxilio dos alunos e professores.

Figura3. Avaliação. Fonte
Outro ponto a se considerar são os métodos avaliativos, o saber se o aluno aprendeu. Apenas o resultado de um prova não diz se um aluno é apto ou não, se ele aprendeu ou não. O professor deve estar atento para o desenvolvimento dos estudantes dentro da sala, a participação do mesmo dentro do contexto exposto em sala, para poder avaliar até que ponto o aluno cresceu.

Considerando como o aluno chegou em sala e como ele saiu, suas bagagens de conhecimento incrementadas dia-a-dia, o professor pode notar diferenças na participação em sala, assim pode-se avaliar o crescimento e aprendizagem do aluno.


O mundo dentro da sala de aula é um campo onde devemos estar abertos a novas experiências e a prática docente deve ser estimuladoras a ambos, aos professores e alunos.

Formas de Estudar







Figura1. Grifar textos. Fonte



Existem varias técnicas para estudar, diversas formas que os brasileiros utilizam para se apropriar de conhecimentos, sejam desde o ambiente escolar com as crianças até concursos prestados pelos adultos em busca do mercado de trabalho.
Um estudo realizado neste ano avaliou dez técnicas de estudo que são bastantes populares no Brasil. O resultado revelou que 5 destas técnicas foram classificadas como de baixa utilidade, 3 de utilidade moderada e 2 com alto grau de eficácia.
Grifar, essa técnica foi avaliada como sendo a de menor utilidade, isso porque não requer esforço por parte do aluno em sintetizar o conhecimento, e ausentando-se a criação de significado para o assunto estudado.
Outras pessoas preferem, ao invés de grifar, reler diversas vezes os mesmos tópicos, utilizar mnemônicos, estudar através de recursos visuais ou até mesmo fazer resumos. Todas essas técnicas foram avaliadas pelos especialistas como de baixa utilidade.  A releitura não é tão eficiente, porém leituras massivas podem auxiliar na memorização dos conteúdos. Os mnemônicos só são eficazes se forem utilizadas palavras-chaves de fácil memorização, o que nem sempre acontece. O uso de mapas mentais pode ser eficiente para textos pequenos, porém ao considerar textos longos essa técnica mostrou-se pouco efetiva. Os resumos são uteis para provas escritas, mas não para provas objetivas.
De utilidade moderada, se enquadraram a interrogação elaborativa, a auto-explicação e o estudo intercalado. A interrogação elaborativa é fundamentada em criar explicações que justifiquem os fatos observados. A auto-explicação mostrou-se útil para a aprendizagem de conteúdos mais abstratos, e consiste na formulação do conteúdo em suas próprias palavras. Estudar intercalando os assuntos faz com que o aluno fique maior tempo estudando, e ajuda a não saturar com o conteúdo, essa forma de estudo se mostrou eficiente ao tratarmos assuntos das exatas.
Figura2. Estudar de forma distribuída. Fonte
Testes práticos e a pratica distribuída foram classificadas como de alta utilidade. Utilizar testes práticos faz com que você se prepare para qualquer tipo de questão que possa vir pela frente. A prática distribuída consiste em distribuir os estudos ao longo do tempo, dissipando assim a grande carga dos assuntos que caem nas provas.


É valido ressaltar que cada pessoa tem seu próprio estilo de estudo, aquele que melhor se adéqua ao seu estilo de vida, e este deve ser utilizado na busca dos conhecimentos.

Teorias de aprendizagem: Comportamentalista e Desenvolvimento cognitivo.

  


Por muito tempo, pesquisadores analisaram o processo de ensino e aprendizagem, enfatizando a apropriação do conhecimento. Diversas teorias foram postuladas sobre a apropriação de conhecimentos, dentre elas podemos destacar a comportamentalista e do desenvolvimento cognitivo.
A teoria comportamentalista foi desenvolvida por John Watson e consolidada por Skinner, tendo alguns pressupostos, onde o comportamento resulta em um processo de aprendizagem, e estes comportamentos podem ser condicionados por variáveis ambientais. Essa teoria consiste em condicionar um individuo de forma positiva ou negativa a realizar operações mediante a um estimulo externo. Os estímulos positivos podem ser premiações e recompensas por produzir um comportamento esperado, enquanto que um estimulo negativo pode ser uma punição para neutralizar o mau comportamento.
Figura1. Estimulo positivo. Fonte 
 

Figura2. Estimulo negativo. Fonte
Dentre os comportamentos observados existem o comportamento reflexo que é involuntário e o comportamento operante que determina a resposta de um individuo dependente da necessidade de ação. Sendo o condicionamento desenvolvido a partir dos comportamentos operantes.
No processo de controle das variáveis ambientais, Skinner desenvolveu a famosa “caixa de Skinner”, que condiciona o individuo a desenvolver comportamentos pretendidos através do reforço positivo, que consiste na premiação após uma ação objetivada, no reforço negativo onde choques elétricos cessam quando uma ação pretendida é realiada, e na punição quando dar-se choques elétricos em resposta a um mau comportamento.
A maquina de ensinar, desenvolvida por Skinner, é fundamentada na memorização e repetição, não considerando a interação social e técnica, implicando na realização de atividades baseadas em testes de múltipla escola e preenchimento de lacunas.
Por outro lado, Jean Piaget desenvolveu a teoria do desenvolvimento cognitivo onde se consideram vários fatores, e o aprender é interagir com o objeto de estudo construindo o conhecimento.
Segundo Piaget a aprendizagem ocorre por etapas, a primeira, assimilação, é caracterizada pela ação do sujeito sobre os objetos, conferindo-o significado ao ser humano em relação à estrutura dos objetos, em segundo a acomodação, é definida pelas transformações dos elementos já existentes na estrutura cognitiva em adição aos conhecimentos aprendidos, e por último, a adaptação, onde ocorre o equilíbrio entre os conhecimentos prévios e os novos conhecimentos adquiridos.
Figura3. Desenvolvimento de uma criança. Fonte
O desenvolvimento cognitivo é dividido em fases de acordo com a idade, a primeira observada até os 2 anos de idade, é chamada sensório-motor, onde o mundo da criança é representado por ações como chupar e olhar. A segunda fase, pré-operatório, a criança lida com imagens concretas e é limitada por problemas de concretude, irreversibilidade, egocentrismo e centralização, essa fase pode ser observada dos 2 aos 7 anos de idade. Dos 7 aos 11 anos de idade observa-se a fase das operações formais, onde a criança tem capacidade de lidar com múltiplas variáveis, trabalhando com objetos concretos, lida com símbolos, hipóteses, possibilidades. As operações concretas, observadas a partir dos 11 anos de idade, onde a criança tem capacidade recém-adquirida de realizar mentalmente, operações lógicas sem apresentar as limitações do estágio anterior.
A interação entre o sujeito e objeto é importante para o processo da apropriação dos conhecimentos, bem como a cooperação. A cooperação é a ação de dois ou mais indivíduos iguais, em relação social, visando o mesmo propósito, ajustando as atividades por meio de operações de correspondência e reciprocidade.

Divulgação da ciência e seus impactos







Toda pesquisa, todo trabalho, só pode ser considerado uma peça do grande quebra-cabeça da ciência após ser divulgado. Uma pesquisa desenvolvida, mas não publicada, não tem valor para ciência, e a comunicação que ocorre entre os especialistas legitima os resultados encontrados.

Figura1. A escrita para divulgação científica. Fonte
A ciência e a tecnologia se desenvolvem e crescem a cada dia por publicações de cientistas, por incrementos tecnológicos, e é caracterizada por possuir códigos particulares e manipulados por especialistas, ou seja, uma linguagem própria, restrita àqueles que fazem parte do círculo da ciência, e esses geram conhecimentos para o campo científico, e para que esse conhecimento atinja a todos da sociedade, é necessário que haja transposição para a divulgação e posterior impactos.

Nessa transposição de linguagem ocorrem perdas, e a divulgação é uma vulgarização dos resultados obtidos. Além de haver a transposição de linguagem, se a sociedade não estiver apta a compreender e a fazer bom uso da ciência e da tecnologia, essa transposição de nada servirá, logo, existe a alfabetização científica e tecnológica.

Dentro das escolas, existe uma hierarquia onde o Ensino em Ciências é integrado à Educação em Ciências que fazem parte Ciência Tecnologia Sociedade e meio Ambiente, todos integrados ao Alfabetizar Cientificamente e Tecnologicamente. O ensino molda e aprimora conhecimentos em ciências, seguindo procedimentos metodológicos, através da observação, experimentação, leituras e resoluções de problemas, enquanto que a educação, que contém o ensino em ciências, visa um conjunto de valores relacionados à moral e a ética, atitudes críticas e reflexivas voltados ao campo das ciências e da tecnologia.

Existe naturalmente um fenômeno conhecido como sonambulismo tecnológico, onde as pessoas simplesmente aceitam as inovações que nos são oferecidas, sem o direito de opnar ou decidir sobre questões de desenvolvimento tecnológico, e a educação científica e tecnológica deve ter por ideal reverter esse quadro.

O movimento CTS (Ciência Tecnologia e Sociedade) surgiu com a perspectiva para uma reforma educacional, simplificando, para uma organização curricular, onde apresentam-se varias propostas voltadas para uma educação em ciências e tecnologia para todos os alunos e cidadãos, integrando-os no contexto social para levá-los a compreensão dos aspectos gerais do fenômeno científico-tecnológico.
Figura2. Sociedade e seu desenvolvimento. Fonte

O termo ‘’alfabetização científica e tecnológica’’ tem uma ampla repercussão no ambiente escolar, envolvendo professores e alunos.  Segundo CHASSOT, o termo representa “o conjunto de conhecimentos que facilitariam aos homens e mulheres fazer uma leitura do mundo onde vivem”. Dessa forma os homens poderiam exercer seus papeis de cidadãos, contribuindo para o desenvolvimento de sua comunidade.

A tecnologia de um determinado país reflete no seu desenvolvimento industrial, logo os países que possuem maior aporte tecnológico possuem maiores riquezas se comparados àqueles países como poucos recursos tecnológicos, onde a manufatura reside. Dessa forma, um país mais desenvolvido apresenta melhor qualidade de vida, e no contexto capitalista tem amplo significado econômico, social, cultural, politico e educacional.

Diante desses fatores envolvidos, torna-se imprescindível considerarmos o ensino e a educação em ciências para a população brasileira a fim de termos um desenvolvimento, em todos os aspectos, melhorado.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

História da ciência e evolução da aprendizagem




A ciência foi, e ainda é, construída a partir da obtenção de resultados por observações, pesquisas, experimentações seguindo uma metodologia apropriada, porém, a interpretação desses resultados bem como as metodologias empregadas na pesquisa são “variáveis” em constante mudança. Apesar das particularidades de cada pesquisador, devemos considerar o contexto histórico, social, cultural, político e econômico onde este se encontra inserido, pois o contexto influencia na ciência, impulsionando determinados aspectos e restringindo alguns pontos.


 
Figura 1. Microscópio antigo, utilizado para pesquisas no passado.
 Fonte.


É claro que com o passar do tempo e com o incremento de novas tecnologias e novos conhecimentos científicos, os pesquisadores vêm avançando e postulando novas teorias que substituem as antigas que foram formuladas a partir de tecnologias não tão avançadas.

Entretanto, mesmo com o desenvolvimento científico, pode-se ou não substituir uma teoria já formulada. A interpretação dada a certos resultados, mesmo que estes sejam divergentes das hipóteses pressupostas, pode vir a não alterar uma teoria, mas sim a modificá-la.

Deste mesmo modo, o processo de ensino-aprendizagem acontece. Cada criança, têm suas experiências dentro do contexto aonde está inserida, com estruturas sociais, costumes, credo religioso e entre outras características distintas. E se considerarmos a faixa etária aumentamos ainda mais as distancias entre essas crianças.

Deste modo, o ensino deve está adequado às necessidades das crianças, considerando todos os aspectos já citados anteriormente. Assim, os professores devem está preparados para esse desafio.

Esta resenha foi desenvolvida a partir do trabalho de Maria Cristina da Cunha Campo e Rogério Gonçalves Nigro.